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RESENHA DE HISTÓRIA DA MENINA PERDIDA


 

Se você quiser ler as resenhas dos três livros anteriores clique aqui, aqui e aqui, respectivamente.


Essa resenha demorou para sair. É difícil falar de algo que mexe tanto com a gente; definir em palavras simples a intensidade de um sentimento. São raros os livros que me pegam assim de jeito, mais raras ainda as séries que conseguem esse feito! Elena Ferrante definitivamente se alçou, no meu gosto pessoal, a uma das minhas autoras preferidas. Seu poder de descrever sentimentos, atos, justificativas, omissões dos personagens é inigualável. A maneira da sua narrativa se amoldou perfeitamente ao meu estilo literário.


Porém, vamos a história. Vamos sim a esse turbilhão de ações conectadas, mas cuidado com os spoilers dos livros anteriores! Gostei muito do caminho que Lenu criou para si mesma, finalmente encarando suas responsabilidades sozinhas - mesmo que no início do livro relutasse quanto a isso. Apesar de esperar mais dela no início da série, foi satisfatório notar que ela aprendeu a acertar em meio aos seus erros.


E o que dizer de Lina? Sua vida estava indo bem, seu relacionamento com Enzo, uns pouco problemas com seu filho, e a notícia inesperada de que estava grávida do segundo, ao mesmo tempo que Lenu estava grávida da terceira! Todo esse enlace das duas amigas, unidas nesse momento tão único, comparando gravidez e bebês, é muito gostoso de se ler. Notei que a competição que sempre impulsionou ambas, desse vez estava mais saudável.


O relacionamento ousado de Lenu com Nino começa a ir por água abaixo, e modo como isso se consuma é horripilante e chocante. A maneira como Nino a afasta e humilha nos faz lembrar da sentença que Lila proferiu no final do terceiro livro, tentando mostrar a amiga do que Nino era capaz. E sim, que personagem detestável, semelhante ao seu pai - causava asco todo os atos que o envolviam.


O livro vai seguindo em um ritmo alucinante, fiquei com a cabeça enterrada em toda a história das duas, os perigos existentes no bairro, todas aquelas vidas que eram interligadas desde a mais tenra idade se conectaram com a minha. Era como se eu também fizesse parte daquele lugar, naquela época, visualizando tudo que Elena queria que eu visse, sentindo tudo o que ela me permitia sentir.


E quando o ponto auge do livro, que serve como uma bifurcação que separa os bons tempos passados dos tempos ruins vindouros para uma das personagens enfim chega, ele te pega com força e sacode! Não tem como não ser atordoado com aquela situação! Não tem como não tremer diante das consequências que virão para essas personagens tão queridas - minhas amigas também!


Enfim, admito que essa série é incrível e está entre as minhas preferidas. Admito que terei que relê-la novamente, adentrar essa Nápoles que já me deixa com saudades. Sem mais palavras, termino essa resenha, agradecendo a Ferrante pela oportunidade de conhecer essa história e concordando sobremaneira com o que ela disse: "Já fiz tudo o que deveria fazer pelos meus livros escrevendo-os". Elena Ferrante, obrigado!


NOTA: 5/5

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