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RESENHA DE UM ESTRANHO NUMA TERRA ESTRANHA


 

Esse é o segundo livro que leio do autor. O primeiro, Tropas Estelares, foi um dos melhores livros de ficcção científica que tive o prazer de ler! Repleto de ação, treinamento militar para derrotar alienígenas (muito divertido!) e escrita fluída, constatei o incrível poder de narrativa que Heinlein tem. O que me fez ficar ansiosíssima esperando esse lançamento da Editora Aleph, que, devo ressaltar, tem caprichado muito em seus lançamentos, incluindo esse! A diagramação está impecável, a fonte possui um tamanho confortável para leitura, e todo o projeto gráfico está apaixonante! Essa capa super colorida ganhou meu coração!


Mas vamos à história em si! Valentine Michael Smith é um alienígena mental, isto é, filho de humanos, criado por habitantes de Marte. Depois que uma missão espacial destinada à Marte deu errado, Mike sobreviveu e foi criado por marcianos, com costumes muito diferentes dos humanos. Escrito em 1961 por Heinlein, e vencedor do prêmio Hugo no ano seguinte, o autor soube colocar temas e questionamentos muito pertinentes à época ao longo do livro, como guerra, amor, violência, meditação, relacionamentos, drogas, álcool, religião, dentre tantos outros. O movimento hippie adotou o livro, já que ia a favor de todos os temas que eles abordavam, como liberdade individual e sexual.


Explorando a interação que Mike faz com os humanos que cruzam seu caminho desde o momento que chega ao planeta e não consegue "grokar" (termo que significa tantas coisas, geralmente usado como "entender") em plenitude a raça humana. Ao longo da história, Mike vai criando afinidade com diversos personagens; os mais importantes são Jubal e Jill. Jill ajuda a o resgatar do hospital que o mantém refém assim que ele chega na Terra e a partir de então é formado um laço entre ambos, tornando-se "irmãos de água", na maneira marciana de uma amizade muito forte. Jubal recebe os dois fugitivos em sua casa, tornando-se também irmão de água.


No desenrolar da história vamos acompanhando o entendimento de Mike acerca das coisas do mundo, como tenta se familiarizar com seu próprio povo, pondo em perspectiva todo o conhecimento também adquirido em Marte. Ele cria uma "religião" onde todas as pessoas são livres e vivem irmãmente entre si, o que gera alguns problemas de aceitação, como qualquer religião existente.


Apesar disso, tive certa dificuldade em avançar com a leitura, pelo simples motivo de ter uma quantidade absurda de diálogos o tempo todo, sem espaço para que eu entrasse na mente dos personagens. Muitas coisas eram informadas através das conversas, e era comum que eu não conseguisse entender o que estava subentendido no texto ou até mesmo me aproximar dos personagens. Essa é a única ressalva em relação à leitura. No entanto, a obra é interessante e diferente de tudo o que já li. Quem estiver procurando uma leitura de ficção científica que não aborde o comum, esse livro é a escolha certa!


NOTA: 4/5

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