top of page

RESENHA DE HISTÓRIA DE QUEM FOGE E DE QUEM FICA


 

Esse é o terceiro livro da série Napolitana e se você quiser ler as resenhas dos dois livros anteriores clique aqui e aqui, respectivamente.


Já estou pronta para terminar essa série maravilhosa, mas não para me separar dessas personagens que aprendi a amar e odiar, no conflito literário mais gostoso que já experimentei! O poder que Elena tem de dar voz aos sentimentos duros e complexos em seus personagens continua nesse livro, tão ou mais forte que nos livros anteriores. A história só melhora, minha gente! Para mim, que tenho mania de intercalar mil leituras, ficou difícil largar esse livro e dar atenção aos outros.


Elena Ferrante, você é dona da minha alma. Me arrebatou e agora quero ir ao ápice junto com essas protagonistas tão reais. O título do livro faz total sentido, o interessante é conseguir aplicá-lo. Qual é a personagem que fica, qual é a personagem que foge? Inicialmente quem foge é Lenu, ao se casar com um homem que mal conhece e que despreza sua inteligencia, que a apaga e a transforma no que sempre não quis ser, evocando a imagem de sua mãe em si própria. Depois vemos que quem foge é Lina, ao se esconder na fábrica Soccavo, passando por dificuldades no trabalho em um regime de semiescravidão. Lina foge do ex marido, foge também do bairro onde mora, foge das consequências de seus atos.


Acompanhar as angústias pelas quais Lenu passa me revoltava por dentro. Como alguém que lutou tanto para estudar se curva à sombra do marido e esconde seus potenciais? Lina tem razão ao detestar essa faceta de Lenu, algo que nunca esperou da amiga. Mas antes disso, bem no início da história, vemos como Lenu a ajuda a se desvencilhar do trabalho maçante que a estava tornando doente, como ajuda Enzo a arrumar um trabalho que melhore a vida de ambos, em meio ao caos político contra os fascistas que tentam impedir a todo custo que os trabalhadores tenham seus direitos.


Quando Lina começa a dar a volta por cima na vida e se restabelecer, vemos a queda de Lenu. Sua inteligencia eclipsada pelo peso de ser mãe, a forma como tenta se adaptar a essa realidade, mesmo completamente descontente com isso. Até que surge a figura de Nino, o amor do seu passado, e suas expectativas em relação a vida passam a ser depositadas completamente nesse personagem, a fim de distrair-se do tédio em que sua vida se naufraga.


Lina, nesse tempo, está as voltas com os Solara, com as coisas do bairro, onde decidiu voltar com sua família. Um bola de neve de violência e desconfiança começa a se precipitar, várias coisas acontecem ao mesmo tempo, a escrita cola em você, o livro se prende na sua mão, fica difícil se desvencilhar da narrativa.


Estou indo para o final dessa história, na esperança de tentar descobrir aonde tudo desemboca. Muita ansiedade é pouco.


NOTA: 5/5

© 2017 por Blog Folheando

bottom of page