RESENHA DE OS BUDDENBROOK

Esse livro faz parte do Desafio 12 Livros para 2017 referente ao mês de julho! Se você quiser saber quais livros estão no meu desafio e quais já li e possuem resenha aqui no blog, sugiro que clique no link acima e também me conte suas impressões a respeito! (:
Esse é o segundo Thomas Mann do ano e foi uma grande surpresa. Primeiro porque o peso da escrita é bem mais leve se comparado ao livro A Montanha Mágica (resenha aqui), sendo esse o livro perfeito para ser porta de entrada a conhecer esse autor; Segundo, porque me apaixonei completamente pela delicadeza do autor em nos retratar tão bem os detalhes daquela época e situação, bem como dos sentimentos de seus protagonistas geralmente tão carismáticos.
Não é nenhum spoiler saber que esse livro se trata da trajetória decadente de uma família burguesa, que nas primeiras páginas nos é apresentada em seu auge, e logo após a decadência começa a se evidenciar através dos detalhes e da faticidade da vida, que não recua diante das adversidades e do tempo, seja por desastres econômicos da firma ou por casamentos onerosos. Logo no primeiro capítulo o autor nos joga diversas informações sobre aquele ambiente alemão do século XIX, sobre um banquete que está sendo realizado na mansão recém adquirida pela família Buddenbrook.
Somos apresentados à primeira geração dessa família, com Johann Buddenbrook como patriarca e a consulesa, sua esposa; seus filhos: o incrível Thomas, o inútil Christian e a impressionante Tony, além de diversos outros personagens que os circundam. O livro tem capítulos curtos e rápidos, que são focados nos acontecimentos mais importantes referentes a essa família, como a morte e nascimentos de personagens, acontecimentos políticos e econômicos que mostram a decadência da firma, dentre tantos outros.
Que escrita viciante! Me apeguei muitíssimo aos personagens e seus sentimentos tão bem retratados pelo autor. Thomas fica responsável pelo controle da firma enquanto combate os hábitos promíscuos de seu irmão Christian. Nesse ínterim, Tony, ao meu ver a melhor personagem de todo o livro por sua sinceridade e perseverança constante apesar das tribulações pelas quais passa, se recupera de dois casamentos que deram errado por culpa exclusiva dos maridos. Ela tem uma aura um pouco infantil e mimada, mas sua personalidade forte a bondosa compensa tudo, além do que, na maioria das vezes, é ela que nos entretêm na história.
Depois disso acompanhamos a história derradeira sob a perspectiva dos filhos desa geração e vemos realmente, e com muito dó no coração, o quanto nos afeiçoamos a essa família que deixa de existir. Incrível o que Thomas Mann fez nessa obra! Mesmo conhecendo o final, o fôlego nunca se perde. Nosso anseio é que tudo dê certo, apesar dos pesares. Inspirado nas experiências que teve com sua própria família, Mann soube passar para o papel toda uma época e suas maneiras, todo o sentimento necessário. Uma coisa é certa: apesar de tudo se dissolver ao final do livro, o meu amor por ele sempre permanecerá.
NOTA: 5/5