top of page

RESENHA DE O VERMELHO E O NEGRO


 

Publicado em 1830, esse livro se passa durante a Restauração, onde a Monarquia estava se consolidando novamente no Poder, após a Revolução Francesa de 1789 e a queda de Napoleão em 1815, onde ficou confinado pelos ingleses na Ilha de Santa Helena até morrer em 1821.


Nosso protagonista Julien Sorel, é simplesmente o protagonista mais detestável que já encontrei em livros, ultrapassando, ao meu ver, Madame Bovary. Mantido a todo tempo refém de seus desejos, ele age de acordo com suas vontades, simplesmente não se importando com ninguém ao longo de sua jornada por ambição. Apaixonado pela figura de Napoleão Bonaparte, Julien tem que ocultar esse sentimento a fim de crescer na vida através do clero, apoiado pelos nobres e a monarquia.


Dessa forma, ele se torna cada vez mais hipócrita e atinge a todos ao seu redor pela sua enorme frustração contida, descontando principalmente nas duas mulheres que se "apaixona" ao longo da trama. A primeira, sra. de Rênal, é esposa de seu patrão, um homem importante na cidade onde residem. Julien oscila a todo tempo entre o sentimento que sente pela protagonista e o ódio que nutre pela condição financeira que ela possui. No meu ponto de vista, todo o amor que ele sentia, não passava de meio através do qual ele poderia ascender socialmente. Claro que tudo passa a dar errado, e Julien é enviado para ensinar latim a outras crianças em Paris.


Dessa vez, seu chefe será um marquês, o que atiçará o ódio e a hipocrisia do personagem mais ainda. Que novamente, em busca de ambição e satisfação, focará seus desejos na filha do marquês de La Mole. Em todo o momento ele suprimi seu ideal político em busca da ambição, e como fez com a Sra. de Rênal, desonra a filha do marquês usando-a conforme seus propósitos. Ao final do livro fica muito claro que ele diz se apaixonar por mulheres no exato momento em que precisa delas para alguma coisa, seja para livrar-se do tédio, para crescer na vida, ou para achar alguma distração diante de um grande problema.


As personagens femininas por sua vez, um destaque para a época por suas personalidades fortes, não me fizeram sentir nenhuma admiração. Elas somente eram fortes pois eram cegamente apaixonadas e iludidas por um homem tão fraco que ilude a si próprio. Ademais, toda a vida dessas mulheres se resumem ao Julien, ao sentimento por ele, ao futuro que desejam com ele. Sempre dispostas a arriscar sua posição, sua vida, seu (futuro) casamento, etc. O livro inteiro é mais focado na relação do personagem com essas duas mulheres do que em toda a trama política da época, que, se bem explorada, seria muito mais interessante do que esse jogo ambicioso-amoroso.


Enfim, resta dizer que esse é realmente um livro psicológico. Estamos nas cabeças dos personagens a todo momento, e invés de diálogos, vemos muito mais as questões mentais exploradas pelo autor. Percebi, com isso, que Julien Sorel não tem personalidade nenhuma, oscilando pelas ideias a todo momento, ora morrendo de amores, ora indiferente pelas pessoas, pelo lugar, pelo o que quer que seja.


Acho que fica bem claro que não gostei do livro e apesar de saber que é um clássico essencial da literatura, considerei o livro um esforço desnecessário, muito enfadonho. Espero que os deuses da literatura não me fulminem viva com essa minha conclusão, mas essa é a minha opinião. Além disso, não tenho a mínima vontade de reler no futuro, pois peguei um birra enorme com o personagem, que detesto profundamente. Mesmo assim, sei que muitos amam esse livro, e se você realmente deseja lê-lo, acho que é muito importante que leia para que tire as suas próprias conclusões, que podem ser completamente diferentes da minha. E quem leu e amou, por favor, não me julgue. (risos)

NOTA: 2/5

© 2017 por Blog Folheando

bottom of page