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RESENHA DE BAZAR DOS SONHOS RUINS


 

Às vezes me pergunto como o King consegue ter tanta imaginação ao ponto de sempre inovar sem ser cansativo. É óbvio que nem todos os contos foram maravilhosos, mas posso dizer que a grande maioria me agradou muito. Stephen King sabe como começar uma história despretensiosamente e te impactar com o final e sua resolução. Ele sabe o que escreve e como quer passar, nos deixando em suas mãos. Gosto disso. Pegar um livro do King para ler é sempre como voltar para casa, é sinônimo de lar e de me sentir à vontade.


Nesse livro teve um diferencial ótimo, que contribuiu para que eu me sentisse ainda mais próxima do autor. Antes de todos os contos, ele nos conta um pouco sobre o motivo que o levou a escrevê-lo, de onde suas ideias brotaram. Esse estilo funcionou muito comigo, porque além de me deixar curiosa sobre o que viria a seguir, me permitiu entrever o que se passa na cabeça desse autor que tanto admiro. Muitas vezes, ler o prefácio de cada conto era melhor do que o conto em si, pois só a maneira do King escrever sobre coisas comuns já é o bastante pra me agradar.


O livro começa com o conto intitulado Milha 81, sobre um carro monstruoso (King adora isso, não é mesmo?). O carro literalmente come as pessoas vivas. Posso afirmar que sua criatividade, apesar do tema já utilizado, estava presente, assim como os elementos da cultura pop, personagens convincentes apesar da brevidade da história, e até mesmo ligações com suas obras It e Christine. O segundo conto, chamado Premium Harmony, me deixou chocada com a naturalidade e espontaneidade que o personagem encarou a morte da sua esposa.


Outro conto que foi um dos meus preferidos chama-se Batman e Robin Têm uma Discussão. Ele é sensacional! Trata de um tema delicado e consegue ter humor e sua cota de surpresa no final, o que me fez ler de um fôlego só. O quarto conto, chamado Duna, teve um dos melhores finais de contos (e até de livros) que já li! Vou deixar para você absorver toda essa história e rir com a conclusão da última frase. Seguimos então para o quinto conto, que nos apresenta uma história incrível e bem desenvolvida, sobre uma criança cruel que transforma a vida de um homem num verdadeiro pesadelo. Aborda diversos assuntos sérios, como o aborto, a depressão e a necessidade polêmica da pena de morte nos EUA.


O próximo conto, chamado Uma Morte, foi uma pegadinha do King. Pura e simples pegadinha! Amei demais. Espero que vocês soltem um grito de indignação igual a mim quando li o final do conto!Em outro conto intitulado Vida Após a Morte, vemos uma maneira diferente de abordar o pós-morte. E se a eternidade fosse você viver sua própria vida inúmeras vezes?


No conto chamado UR, um dos meus preferidos, vemos uma história sensacional de um homem que recebe um Kindle e penetra uma realidade alternativa onde há mais livros escritos por autores queridos que morreram. Nós, leitores, amaríamos ver mais Dickens e Hemingway por aí, não é?


King nos mostra um lado bem pessoal a respeito da dor que sentiu quando sofreu um acidente que quase o matou. Dessa forma, ele escreveu o conto O Pequeno Deus Verde da Agonia, que também é muito criativo, apesar de deixar a história em aberto, podendo ter sido mais desenvolvido.


No conto Obituários, fiquei completamente encantada pela maneira do King desenvolver a história. Me lembrou um Death Note moderno, onde um homem descobre que tem o poder de matar qualquer pessoa ao escrever seu obituário. Fiquei com a sensação de que adoraria ler o livro desse conto!

Enfim, nesse livro pude constatar que King mantém intacta sua habilidade de escrever e contar histórias! Pra quem é fã do autor e gosta de bons e criativos contos, esse é o livro ideal. Com uma escrita deliciosa, você vai se ver fisgado pelas histórias a todo o momento. Não deixem de ler!

NOTA: 4.5/5

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