RESENHA DE O ÁRABE DO FUTURO - VOLUME 2
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Continuando de onde parou, no primeiro volume da HQ, o autor permanece utilizando o mesmo estilo; a inocência diante da violência, de atitudes e situações que não conseguia entender.
O foco dessa vez é em suas experiências da infância na escola com um ensino bem precário na região onde morava. A religião e o fundamentalismo em torno desta continuam presentes de forma mais autoritária e marcante. As crianças eram obrigadas a entoar o alcorão - mesmo que não entendessem completamente nada do que estava escrito. Ou usarem determinados uniformes, senão eram gravemente punidos pelos professores. Em tudo e todos, o ódio repressivo aos judeus, habitantes da região em constante conflito com seu país, era praticado. Os xingamentos, o preconceito, a morte, a violência, a submissão das mulheres diante dos homens, tudo é plano de fundo e visto através dos olhos puros de uma criança.
Cercado de regras por todos os lados enquanto faltam condições básicas de higiene, saúde e educação, vemos nessa HQ o dia a dia de várias crianças no Oriente Médio até mesmo nos dias de hoje.
Uma das partes que mais me marcou nessa história, infelizmente de forma bastante negativa, foi o acontecimento relacionado à gravidez fora do casamento de uma garota muçulmana. O que resultou disso, visto através dos olhos do autor que nada entendia na época, é cruel. Deixo para que vocês descubram o desenrolar desses fatos e se choquem com essa realidade tão distinta da nossa.
Bom, o tom da HQ continua excelente; os diálogos, fluídos; a contraposição dos países relacionados ao personagem, bem interessantes. Enquanto no Oriente, a repressão e a forma de vida constantes são bem duras; na Bretanha, a liberdade impressiona aquela criança. A quantidade de brinquedos disponíveis, a beleza do lugar, a grandeza de tudo o que o cerca, sem a decadência perpétua de seu país de origem. Todas as mensagens são muito bem passadas através de uma arte incrível, onde todos os detalhes são bem explorados e ficam na memória. É para os amantes de HQs e além disso, para os amantes de boas histórias.
NOTA: 5/5