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RESENHA DE GRANDES ESPERANÇAS


 

Esse livro está no Desafio 12 Livros para 2017 do mês de maio.


Enquanto vou lendo um livro, vou criando automaticamente uma nota na minha cabeça que vai oscilando conforme a qualidade da leitura. Criei esse hábito quando comecei a fazer a resenha. Não sei se funciona assim com outros resenhistas, mas comigo está sendo ótimo dessa maneira, pois posso conferir o balanço mental ao longo de toda leitura. Confesso que até a metade do livro, minha nota estava variando entre 3.5 e 4, e eu estava meio desapontada com o desenrolar da história. Mas ao entrar na segunda parte do livro... Bom, vocês verão a nota que eu dei lá embaixo. Verão do que Dickens é capaz, e eu vou explicar como isso se construiu.


Essa é minha segunda experiência com Dickens, sendo a primeira David Copperfield, que se tornou um dos livros preferidos da minha vida! Ou seja, minha expectativa estava na altura do Everest.


Pip é um órfão criado por sua irmã e o marido dela, Joe. Logo no início do livro, em uma passagem muito importante, Pip encontra um forçado (preso com penas de trabalho forçadas) no charco perto de sua casa e lhe dá comida, mesmo correndo risco de ser severamente castigo por sua irmã. A partir daí vemos como são as relações do personagem principal em sua casa, sendo constantemente maltratado pela irmã. Joe, no entanto, é um personagem que nos conquista de primeiro momento, ao tentar evitar com que Pip seja maltratado, se tornando seu grande amigo e protetor.


Levado para fazer companhia a uma senhora rica que tem uma história bem curiosa - lê-se estranha - de vida, Pip se apaixona por sua filha adotiva, que o esnoba por ser pobre. Entretanto, eis que do nada, ele recebe uma herança e se torna rico, mediante a condição de não saber quem é o seu benfeitor. Qual não foi minha surpresa ao ver que Pip abandona a todos seus familiares e conhecidos para desfrutar da sua fortuna recém adquirida.


Durante essa parte inicial do livro, em que vemos o personagem em constante estado de inutilidade e futilidade, nadando no dinheiro, sendo arrogante e sentindo vergonha de sua origem humilde, o livro foi me trazendo uma sensação de decepção. Mas claro, agora creio que isso tudo foi proposital. Dickens queria nos apresentar a construção maravilhosa da redenção desse personagem!


Logo quando descobrimos qual é a origem da sua fortuna, o livro dá uma reviravolta e diversas coisas começam a acontecer. Descobrimos muito em uma teia intrincada de coincidência dickensiana! A história me fisgou, os personagens cresceram aos meus olhos e as páginas voaram nas minhas mãos! Todos os acontecimentos da primeira parte da história, mesmo que frustrantes, se mostram extremamente necessárias para a construção perfeita que foi a segunda parte do livro.


Para os fãs do estilo literário de Dickens - que estou passando a amar -, essa é uma leitura indicada, surpreendente e deliciosa! Repleto de críticas sociais entremeadas na história, o autor foi responsável por trazer alertas à sociedade da época que servem até mesmo para os dias de hoje. Uma obra imortal, assim como seu autor! Leiam, leiam!


NOTA: 5/5

© 2017 por Blog Folheando

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