top of page

RESENHA DE O OCEANO NO FIM DO CAMINHO


 

A capacidade de Neil Gaiman de criar uma fantasia mitológica é grande, sabemos disso por Deuses Americanos (que inclusive vai virar série de TV e que apesar de não ter estreado, já foi renovada para a 2ª temporada). Nesse livro somos apresentados a uma fábula que vai se descortinando aos poucos, nos mostrando os elementos que a compõem, e às vezes, nos deixa cegos quanto aos "porquês" que envolvem as histórias por trás dos personagens.


Embora seja retratado através das lembranças de um adulto em relação a sua infância, a linguagem do livro é muito fácil e fluída, sendo esse, um livro para se ler em um dia ou dois. Ele começa nos contando como a morte de um inquilino de seus pais despertou forças estranhas ao redor de onde morava. Nesse contexto, o protagonista conhece uma menina chamada Lettie Hempstock, que mora com sua mãe e sua avó numa fazenda que possuí um Oceano (Sim, leia e tente entender, rsrs).


Logo no início percebemos que essa família não é normal e que guarda alguns segredos. Suas origens ou o que são não é explicado claramente ao longo do livro, deixando a cargo da sua imaginação estabelecer uma conexão e um significado. Após tentar resolver um problema de cunho místico, uma criatura é solta nesse mundo, sendo personificada na forma de uma babá chamada Ursula Monkton, que seduz o pai do menino e começa a transformar a vida de todos - principalmente do protagonista - em um verdadeiro caos. Sua mãe, seu pai e sua irmã passam a ser manipulados a fim de satisfazer a natureza desse ser e ficam cegos às consequências e a realidade ao seu redor. Dessa forma, nosso protagonista procura a ajuda de sua amiga.


A premissa é simples, apesar de criativa, e por manter um tom infantil ao longo da história, no ritmo de uma fábula, não me peguei presa aos acontecimentos e nem estabeleci nenhum vínculo com os personagens. Foi uma leitura, que ao meu gosto, não acrescentou nada e sequer divertiu, pois a todo o tempo fiquei intrigada tentando entender o que significava tudo aquilo e o porquê daquelas coisas misteriosas estarem acontecendo. Discordo de Albert Einsten quando ele afirmou que a coisa mais bela que podemos experimentar é o mistério. Afinal, qual foi o sentido de tudo aquilo? As pontas soltas na trama realmente me torturaram!


A única característica do personagem que chamou minha atenção e me deu um lampejo de identificação foi sua paixão pelos livros e o jeito como tenta a todo instante fugir dos problemas e mergulhar na leitura.


Creio que esse livro será mais eficaz se lido para pré adolescentes ou adolescentes que, com certeza, se identificarão mais com a história e seu estilo de fantasia. Assim, fica a indicação para quem busca uma leitura leve e não se importe em finais abertos e o uso contínuo da imaginação para preencher as lacunas do texto.

NOTA: 3/5

© 2017 por Blog Folheando

bottom of page