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RESENHA DE ENCLAUSURADO


 

Quem nos conta essa história inspirada em Hamlet, de Shakespeare, é um feto. Sim, o narrador dessa trama é um feto na barriga de sua mãe, que acompanha e tenta evitar a morte de seu próprio pai. Sua mãe tenta orquestrar o assassinato com a participação de seu amante e tio do bebê, Claude.


Munido de uma inteligência ímpar, esse feto dotado de um humor negro perspicaz, nos mostra através de um olhar ácido todos os acontecimentos e planos do casal. Ele compreende o mundo que o cerca ao ouvir o rádio - que ele obriga sua mãe a ouvir a noite, quando lhe dá um belo pontapé na barriga -, e faz comentários incríveis sobre sociologia, política, e diversos outros assuntos. Inclusive reclamando (e com razão), da total falta de consideração que sua mãe sente por ele em diversos momentos, principalmente durante as relações sexuais.


Como não se interessar por essa história e ser arrebatado por um dos narradores mais interessantes da literatura contemporânea? O feto possui uma personalidade forte, e ao narrar certos trechos do livro, não deixamos de nos impressionar e gargalhar com suas tiradas. Um desses momentos é quando ele demonstra uma séria preocupação ao saber que sua mãe e seu tio estão transando. Seu medo é de que o sêmen de seu tio, que ele considera um ser banal, o contamine com sua burrice.


"Nem todo mundo sabe o que é ter o pênis do rival de seu pai a centímetros do seu nariz." p.28


No entanto, isso não é tudo. O livro tem algumas reviravoltas, que pelo menos da minha parte, foram uma surpresa e tanto! Ao narrar toda a situação que envolve o triângulo amoroso e os motivos do assassinato, o autor nos deixa boquiabertos com as consequência e o desespero dos atos de ambos os lados. É realmente incrível, e te deixa com uma vontade insana de descobrir o que vai sobrevir, e que papel esse feto desempenhará para mudar o rumo dos acontecimentos.


Leitura rápida, indicada e favoritada. Com certeza me deixou com muita vontade de ter acesso aos outros romances do Ian McEwan. Não deixem de ler, se tiverem a oportunidade.



NOTA: 5/5


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