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RESENHA DE KAPUTT


 

Kaputt é uma obra que retrata os horrores da Segunda Guerra Mundial. Divido em seis partes: Cavalos, Ratos, Pássaros, Cães, Renas e Moscas, fazendo ligações desses animais a alguns horrores que ocorreram durante a guerra. Com uma arte bem sombria e caótica, o autor tenta passar através do desenho, o cenário daquele momento tão conturbado, e obtém êxito.


Curzio Malaparte foi um jornalista italiano que cobriu a Segunda Guerra Mundial, às vezes passando por situações perigosas para esconder seu manuscrito e conseguir sobreviver. Ao longo da HQ, acompanhamos uma adaptação do livro em seus momentos mais marcantes.


Uma curiosidade em relação ao nome do autor, é que ele escolheu Malaparte como o sobrenome de seu pseudônimo fazendo um trocadilho com o nome de Napoleão Bonaparte, que em italiano significa "parte boa".


Lançado em 1944, já caminhando para o fim da guerra, Kaputt é repleto de sentimento, posicionando-se contra a violência da guerra e contra a falta de humanidade dos carrascos que se aproveitam dela para insuflarem crueldade através de seus próprios medos.


Em uma das passagens mais marcantes da história, vemos um oficial nazista desafiando um garoto a descobrir em qual lado estava seu olho de vidro, direito ou esquerdo. O menino responde e acerta, dizendo que é o esquerdo. O oficial pergunta como ele conseguiu acertar, e então o menino responde prontamente: - Porque, dos dois, é o único que tem algo de humano.


Passamos em diversos lugares ao longo da obra, como por exemplo, a frente de Leningrado, o gueto de Varsóvia na Polônia e Nápoles. Somos marcados pelo horror da guerra em todos os momentos, pelos traumas, pelos seus resultados.


Kaputt fica em nós depois que terminamos de ler, e se estabelece como um manifesto contra qualquer forma de ato fascista e o condena, nos mostrando os porquês e nos fazendo encarar as consequências. Não se trata somente de um momento histórico, mas de toda uma realidade violenta e perversa que nos rodeia, onde vence o ódio em detrimento de toda humanidade; onde vence o dinheiro, em detrimento de toda alegria.

NOTA: 4.5/5

© 2017 por Blog Folheando

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