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RESENHA DE PERSÉPOLIS


 

Essa graphic novel é obrigatória para quem deseja conhecer mais do que aconteceu na Revolução Iraniana em 1979, onde o país foi transformado de monarquia a república teocrática do islã.


A protagonista, ao nos contar sua história, começa retratando esse momento político delicado em que o Irã passa, mostrando como afetou sua vida e de todos que a cercavam. Com 10 anos de idade, em 1980, ela se viu obrigada a usar o véu islâmico sem entender o motivo daquilo. Mais tarde as coisas começaram a piorar gradativamente: escolas foram fechadas pelo único motivo de serem consideradas símbolos do capitalismo, manifestações rechearam o país, determinadas roupas e maquiagem não podiam ser usadas, pessoas foram impedidas de deixarem o país, crianças morriam ao serem chamadas para treinamento de guerra ou morriam por estarem em suas próprias casas que eram bombardeadas pelo Iraque.


Enquanto criança, Marjane conversa com Deus tentando achar respostas para as coisas que aconteciam e que não entendia. Sua família foi afetada e alguns parentes morreram por terem opiniões contrárias ao governo. Em certa parte da HQ, o pai de Marjane faz um presságio que dura até os dias de hoje: "A verdade é que, enquanto existir petróleo no Oriente Médio, não vamos saber o que é paz...", emendando logo em seguida: "Política e sentimentos não se misturam".


Os pais da protagonista não estavam indiferentes ao que acontecia, e logo a enviaram para estudar no exterior, e isso não deu certo. Após passar por preconceitos e maus momentos, Marjane retornou ao país, que estava cada vez pior. Os homens não podiam estudar com mulheres ou sequer estarem em festas juntos, senão eram presos e interrogados de forma violenta.


Atualmente a autora vive na França e essa HQ é um triste (e muito necessário) relato de como qualquer religião fundamentalista pode atrapalhar o desenvolvimento de uma nação e de um povo; como tolir as pessoas pode ser algo diabólico. O resultado disso é que gerações morrem em uma guerra sem sentido e que perdura. Persépolis é incrível e me deixou emocionada em diversos momentos, e monstra através do passado, os erros que não devemos repetir no futuro.


NOTA: 5/5


© 2017 por Blog Folheando

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