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RESENHA DE DOM CASMURRO

 

Vamos falar do maior romance de literatura brasileira escrito pelo maior autor nacional que já existiu? Machado de Assis, sem sombras de dúvidas, é o nome que permeia a literatura brasileira de forma mais assídua, pois escreveu em quase todos os gêneros literários. Quem nunca ouviu falar de Machado de Assis, o Bruxo do Cosme Velho? Pobre, autodidata (estou pouco em escolas e nunca foi à universidade), negro, neto de escravos alforriados, gago, tímido, epilético, e que mesmo diante de tanta dificuldade em sua época, passou por cima de tudo e se tornou imortal através de suas obras.


Esse foi o meu primeiro contato com o autor e agora eu finalmente entendo porque os professores de português ficam enlouquecidos. Não é pra menos! Como não enlouquecer?


Dito isso, vamos ao conteúdo da história. Bentinho, o nosso protagonista e narrador, começa nos contanto porque levou o apelido de Dom Casmurro (vou deixar a cargo de vocês lerem e descobrirem), enquanto começa a relatar o que ocorreu em sua juventude que o afetou e deixou assim.


Ele começa nos apresentando Capitu, com "seus olhos de cigana oblíqua e dissimulada", por quem está apaixonado. Infelizmente sua mãe fez uma promessa de colocá-lo no seminário para virar padre e isso impede seus planos de se casar com a moça. De início, ele se vê forçado a atender o pedido da mãe e vai para o seminário, conhecendo seu maior amigo e rival: Escobar. Lá eles cultivam uma boa amizade, onde ambos decidem sair do seminário e seguir seus próprios desejos. Bentinho matricula-se numa faculdade de Direito e casa-se com Capitu.


Anos se passam, porém Capitu não consegue engravidar; e enquanto isso, Escabar já possui uma filha com sua esposa, o que enche Bentinho de ressentimentos. Dessa forma, quando Capitu descobre que espera um filho, o protagonista fica repleto de felicidade, aguardando ansiosamente pelo presente de ser pai. Só que imaginem a sua triste surpresa ao perceber que seu amado filho, a cada ano que passa, fica com o rosto mais semelhante ao de seu melhor amigo Escobar. Sua vida mergulha na solidão e tristeza.


Ao longo do livro, percebi claramente que não podia confiar com certeza naquilo que o narrador me contava, pois ao caracterizar Capitu com olhos dissimulados, de cigana e de ressaca, isso induz a criar uma personalidade a uma personagem vista somente pelo angulo de Bentinho. E lembre-se, ele é advogado! A ambiguidade se faz presente dessa forma. Será que Capitu seria capaz? No entanto, ao longo do livro, além de perceber sinais de sua suposta traição, também notei justificativas em relação à semelhança a Escobar, como por exemplo, o fato do menino gostar de imitar a todos desde pequeno. Além disso, é claro o sentimento de ciúme que Bentinho tem de Capitu a todo momento.


Dessa forma, a pergunta que fica é a mais famosa de todas na literatura: Afinal, Capitu traiu ou não traiu Bentinho? Isso jamais iremos saber, Machado levou esse mistério consigo. O que nos resta é tentarmos tirar nossas próprias conclusões a respeito. Como é incrível buscar respostas na leitura, tentar achar justificativas, sem nem sequer poder confiar nas informações que o narrador nos fornece!


E minha gente, a escrita do Machado! Como é exuberante o português quando bem escrito! Não vejo a hora de reler essa história e achar mais pistas nos ciúmes, nos flagras, nas evidências e na casmurrice do protagonista. Leiam leiam leiam!



NOTA: 5/5



ps. Eu acho que Capitu não traiu o Bentinho, e vocês?












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