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RESENHA DE MAUS


 

Quando o assunto é Segunda Guerra Mundial eu paro, você para, todos paramos para ler, ouvir, aprender. Porque tanto fascínio? Temos aqui algo difícil de explicar. Diversos fatores podem ser a causa, mas provavelmente o maior deles é porque foi o período mais trágico da história da humanidade, e toda a tragédia soa inconcebível para os que vêem de fora da situação; seja no futuro, ou no contexto. Isso gera curiosidade, claro! Como ISSO pôde acontecer?, perguntamos, com nossa mania de procurar um culpado, achar um motivo.


O assunto principal dessa graphic novel é o antissemitismo, que se traduz em um ódio irracional pelos judeus. O que o antissemitismo propagou em todos os sentidos é uma vergonha, todos sabemos. Enfim, MAUS. Essa HQ é uma das histórias mais lindas que tive o prazer de conhecer. Cheia de tragédia e traumas, repletas do mesmo sentimento que também temos diante da maldade que ocorreu na Segunda Guerra: incompreensão.


O protagonista é um senhor idoso judeu chamado Vladek, que sobreviveu a Auschwitz, o campo de concentração, provavelmente um dos piores horrores do Holocausto. Acompanhamos ao longo da história todos os percalços pelos quais o jovem judeu passa nas mãos do nazistas. Fome, morte de familiares, preconceito, roubo, exposição contínua a horrores, traições, condições precárias de higiene.


Seu filho, o autor da HQ, nos conta a história do seu pai, mostrando a dificuldade que possui em entender o que o pai passou, de interpretar o significado daquilo na vida e atos dele ao longo dos anos, como por exemplo, a dificuldade do pai em jogar comida fora e sua obsessão por guardar tudo (qualquer tipo de coisa que possa ser útil) e pelo dinheiro, bem como sua mania de contar tudo o que possui, desde comprimidos a biscoitos. Em certo trecho da HQ Vladek se justifica, dizendo que desde Hitler passou a agir assim.


A história é comovente e especial, nos mostra que é bom sabermos a repercussão de atos tão horríveis para que não tornemos a repeti-los no futuro. Em determinadas páginas, ao nos falar das dolorosas perdas e privações que o pai sofreu, fiquei bem emocionada. É uma leitura incrível!

NOTA: 5/5

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